“Herdeira das desconstruções operadas pela Modernidade, na contemporaneidade a pintura já não é apenas uma imagem bidimensional representativa de algo, não é um pedaço de tela onde colocamos cor e tinta. A pintura pode completar-se com uma acção sobre ela, seja o tipo de atitude com que se coloca tinta ou a intervenção que fazemos sobre a tela. Pode exigir uma intervenção activa. Do mesmo modo, na criação contemporânea, a paisagem já não é apenas a representação de uma imagem rural ou urbana, mas faz-se de intervenções sobre a própria natureza, intervenções que resultam em obras de arte, constroem-se imagens, sons, sensações.
Assiste-se há décadas à fragmentação da paisagem rural, devido às partilhas familiares que de geração em geração vão sendo realizadas. Esta fragmentação induz diferentes tipos de usos: desde a afirmação agressiva da propriedade (a implantação da sebe, do muro, da rede), ao abandono de algumas parcelas. Esta desconstrução da paisagem afecta a grandiosidade do cenário rural (porventura idealizado), afectando a nossa experiência enquanto espectadores. Esta é a questão principal.
A obra por mim realizada, baseia-se em pinturas que estão visualmente ligadas, estas podem ser vistas isoladamente, ou como um díptico, um tríptico,… . Ou seja assim como no cenário rural podemos obter um pedaço de terra, podendo acrescentar ou reduzir.
Este acto das pinturas corresponde a um movimento ritualizado análogo ao da segmentação do espaço rural através da fragmentação da propriedade pela partilha da terra por diferentes herdeiros.
A pintura presente é afável, é uma parte de um todo. Esse Todo é mais afável, e é possível reuni-lo conforme a vontade, o interesse do “proprietário”. Tendo a pintura um proprietário, esta dependente da acção deste, assim como o campo, o rural está dependente dos seus proprietários quererem um vislumbre visual enorme unificador, ou apenas uma parcela.” Marta Romano
“OBSERVA”
“Herdeira das desconstruções operadas pela Modernidade, na contemporaneidade a pintura já não é apenas uma imagem bidimensional representativa de algo, não é um pedaço de tela onde colocamos cor e tinta. A pintura pode completar-se com uma acção sobre ela, seja o tipo de atitude com que se coloca tinta ou a intervenção que fazemos sobre a tela. Pode exigir uma intervenção activa. Do mesmo modo, na criação contemporânea, a paisagem já não é apenas a representação de uma imagem rural ou urbana, mas faz-se de intervenções sobre a própria natureza, intervenções que resultam em obras de arte, constroem-se imagens, sons, sensações.
Assiste-se há décadas à fragmentação da paisagem rural, devido às partilhas familiares que de geração em geração vão sendo realizadas. Esta fragmentação induz diferentes tipos de usos: desde a afirmação agressiva da propriedade (a implantação da sebe, do muro, da rede), ao abandono de algumas parcelas. Esta desconstrução da paisagem afecta a grandiosidade do cenário rural (porventura idealizado), afectando a nossa experiência enquanto espectadores. Esta é a questão principal.
A obra por mim realizada, baseia-se em pinturas que estão visualmente ligadas, estas podem ser vistas isoladamente, ou como um díptico, um tríptico,… . Ou seja assim como no cenário rural podemos obter um pedaço de terra, podendo acrescentar ou reduzir.
Este acto das pinturas corresponde a um movimento ritualizado análogo ao da segmentação do espaço rural através da fragmentação da propriedade pela partilha da terra por diferentes herdeiros.
A pintura presente é afável, é uma parte de um todo. Esse Todo é mais afável, e é possível reuni-lo conforme a vontade, o interesse do “proprietário”. Tendo a pintura um proprietário, esta dependente da acção deste, assim como o campo, o rural está dependente dos seus proprietários quererem um vislumbre visual enorme unificador, ou apenas uma parcela.” Marta Romano